3.12.2005

Queria mandar isto ao Novo primeiro Ministro mas não sei como nem para onde...

Sr. Engenheiro José Sócrates,

Escrevo para lhe dar a minha confiança numa lista de tarefas que me parecem prementes. Vou apenas escrever essa mesma lista para que esta mensagem seja acima de tudo eficiente:

-água: aproveitar o facto de o problema se ter tornado obvio para empenhar grandes meios nesta área. Contractar um engenheiro Israelita de provas dadas para dar formação (informar e implementar sistemas de rega e encontrar novos recursos poderá ser determinante já no curto prazo).

-Energia: fazer um grande investimento em energias alternativas escolhidas e estudadas por especialistas: provavelmente a energia heólica e/ou solar no Alentejo. Biomassa também terá de ser explorada. Não excluir nenhum recurso (problematizar a energia nuclear). Ter em especial consideração a economia de escala…

-Educação: avaliar professores e dar-lhes benefícios de acordo com os seus resultados. Mais importante do que o tempo de serviço é a qualidade. Entradas nas faculdades determinadas em exclusivo por exames nacionais para tornar justa a selecção de alunos do público face aos do privado. (consequência positiva disto: ensino secundário voltado para o saber em vez de notas) Ainda melhor seria acabar com a necessidade de médias altas para entrar em cursos como medicina.

-Investigação e ensino superior: tornar os cursos universitários mais eficientes (3 anos, no maximo 4). O tratado de Bolonha já o prevê e há um preconceito instalado na sociedade que só alimenta uma facção desactualizada e demente de professores universitários. Investir como foi feito no governo de António Guterres é essencial.

Turismo e planeamento: ganhar o controle da construção na zona costeira do país tornou-se vital. É o nosso melhor recurso e está a ser desvastado. É preciso criar uma comissão para delinear um plano que tem de ser implementado já daqui a 6 meses no máximo.

Cultura: fazer grandes eventos culturais em Portugal. Precisa-se de marcos culturais possivelmente bianuais...

Educação 2:
-É essencial mudar o ensino básico na direcção das novas tecnologias. O computador tem de fazer parte do dia a dia de qualquer aluno.
-No preparatório e secundário é imprescindivel que (tal como acontece nos outros paises europeus) os alunos saiam de lá a saber calculo diferencial e integral (no agrupamento cientifico e económico). Não se percebe porque é que os programas são tão limitados. Façam-se turmas mais pequenas se for preciso (dará mais empregos e melhor ensino).
-Mudar o ensino do português para o saber escrever e comunicar em vez do conhecimento de literatura. A nossa poesia é muito boa mas o seu ensino arrasta-se inacreditavelemente do 5º ano até ao 12º... Precisamos de pessoas que saibam fazer apresentações públicas decentes… Precisamos de quem saiba escrever uma carta. Um artigo. Uma opinião… Os poetas estarão sempre lá se lhes dermos canetas papel e boas aulas de comunicação.
-Prescindir, no primeiro ano dos cursos das cadeiras não enriquecedoras dos curriculos como por exemplo: história do direito, história da medicina, história da farmácia, história de arte anterior à renascença e cadeiras afins... Não fazem sentido.
-identificar as lacunas de profissões técnicas na sociedade e criar cursos profissionais para as colmatar.

Ensino superior 2:
-Mudar todos os presidentes de faculdades que se encontrem em funções desde do 25 de Abril (como por exemplo o da Faculdade de Medicina de Lisboa). Isto é essencial para actualizar o ensino da medicina, por exemplo, para um sistema de “study case”. Como consequência disto todo o sistema de avaliação nessas faculdades mudará tanto para alunos como professores.

Investigação científica 2:
-Mudar o sistema de avaliação de investigadores especialmente no que diz respeito ao numero de artigos publicados porque as diferentes áres do conhecimento têm ritmos de processamento de informação diferentes (estabelecer critérios estimulantes em vez de destrutivos).

Ensino superior técnico: tornou-se óbvio com o passar dos anos que o Instituto Superior Técnico, apesar de ser a melhor faculdade de engenharia do país, precisa de rever muita coisa (média de 9 anos para terminar um curso que já tem 5 anos no curriculo!?!? 80 e 90 por cento de repetentes em multiplas cadeiras?!?!? O que é que está mal?) Isto é o que se chama desperdício. É preciso reformar professores, encurtar cursos que têm de se tornar mais específicos e eficientes para necessidades reais na investigação e na engenharia.

Eu sei que nada disto é sua responsabilidade directa mas também sei que é provavelmente a pessoa indicada para começar a mexer nestas questões dado que foi em si que as pessoas votaram e depositando a sua esperança no seu “choque tecnológico”.

Muito boa sorte.
Espero que se saiba rodear das pessoas certas para tomar as melhores decisões.
Gosto do que promete e só espero que abra portas aos que querem dar o seu melhor.

Na esperança de que a cidadania não seja um valor perdido,
Manel


Acham mal esta carta sobre o choque tecnológico? Queria algumas críticas e alguma morada para mandar isto.

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