1.22.2005

Nos últimos dias só consegui viver

Eu queria imenso manter-me perto de tanta coisa, de tanta gente... E perco tanto tempo a perder-me por entre jogos, filmes, livros, construções, tecnologias...

Perco tudo o que ganho. Ganho tudo o que perco. Transformo.

Procuro nas pessoas o que eu também sou. Encontro tanto do que gostava de ser. É tão estranho. Pensar e imaginar uma vida que nunca vamos viver para partirmos pelo mundo e cavalgarmos em ideias aladas e incongruentes. Magoamos pessoas e amamos outras. Muitas vezes amamos as que deviamos magoar e magoamos as que deviamos amar. E são tantas as vezes. São tantos os becos sem saida de que tenho conseguido sair. Tenho sorte.

Quinta feita coloquei uma luz de alogéneo a atravessar a minha paleta de três anos. Aquela que me chama e com a qual começo a falar. Para já sei que me doiem os olhos quando olho para ela. Sei que a tinta raspada não diz nada a mais ninguém... Mas cada mancha é um bocado de um quadro. É um bocadinho de emoção que ficou em mim em vez de ir para a tela.

Também montei o mecanismo de infravermelhos que faz rodar um condutor de chocolate. Um roda viva de metal fino. Uma esperança de que a ressonância seja sempre superior a tudo o resto. Quero ouvir a ressonância das pessoas com o que faço.

Depois de tudo vai-se para o pub e oferecem-te cerveja, folhetos com soluções e a ideia de não pôr preços em nada do que fazes. Pôr apenas tudo no site do Ebay. Esperar que coisas que foram feitas para não serem vendidas não sejam compradas mas apreciadas.

Esqueci-me das fotografias na sexta mas soube preços de coisas e de vidros. Encontramos locais novos. Bares. Galerias. Exposições. Armações em ferro que mentalmente constroiem ardores que nos fazem mexer. Sensações que nos dão espaço para amar.

There are two of you: "One that kills and another one that loves..."

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