11.12.2004

Going back...

I’m sorry this is not in English but it just couldn't be.
It's about me and my country. If you wonder what it means don't translate it, go on holydays to Portugal during the summer and everything you can feel summed up will be the same as reading this post...


Portugal

Estava a tentar fazer poesia
com fotografias antigas
mas elas já tinham cadência
depois das duas primeiras parei

eu depois faço,
Já acabei por agora...
Mas gostava de saber
Se alguém está ver.

eu explico tudo o que souber explicar
Não dás ponto sem nó porque a tua razão te domina
Porque impõe coisas ao teu coração
mas para mim hoje só há sentimentos

estou tão feliz a pensar no meu passado
que às vezes esqueço que há futuro
E sinto que em ti há muito disso para vir
Muita razão
muita causa
e uma consequência...
a de querer amar

era só isto.

agora assutei-me
parecia que tinha escrito para nada

não falei em planos
falei no que acontece em segundos
duma forma de sentir o mundo
e no entanto tu sabes que isso também te apaixona

já me apaixonou
e até já me fez amar-te...

bem tb não tem mal
porque está no passado

tudo tem de ser medido
Ate o tempo dos verbos
e desta vez estava a contar com isso

Não precisas de me repreender...
acho que a guitarra toca melhor
esse ponto sem nó

Eu sou muito disso
hoje
Não sou palavra
sou o que está para lá dela
aquilo que nunca vou tentar escrever
"o que não pode ser dito não deve ser feito"

Simples,
uma ideia que alguem teve um dia:
não falar do que não se pode fazer

podemos simplificar
a coisa a uma imagem
dentro de mim hoje vivem
imagens
cheiros
vontades
e sentidos
e faltam palavras e numeros
:
não sei porquê
mas acho que é porque cada dia
já não pesa tanto
porque me sinto a arder no peito
em vez de oprimido nas costas


perdi-me nisto de ter letras à frente
vou-me calar
porque estas palavras são levadas pelos ventos
Sinto que estou a ser o que não quero fazer.
.

vou levar-me um bocadinho mais a brincar
Prometo
percebes porque é que não remato a minha costura do mundo?
Não preciso de nó.
sei que cada vida é apagada
cada acção é perdida na memória
Por isso prefiro sonhar dentro de mim
e deixar pistas
para que outros sonhem mais e melhor do que eu

acho que é por isso que quero ser assim
o tratador de sonhos

artistas são apenas reboliços pontuais
nada de forte como uma imagem na alma.
Isso é que é perene
é essa força que fertiliza o mundo
com pessoas
Com amor
e sentimentos

O fado que portugal canta
Esse que nos fala de amor, morte e eternidade...
Ahhh esquece isso porque
tenho de ouvir fado
Essas canoas...
Vadios em Alfama e
A voz a cantar em Monsato

é bonito
quando se vê o tejo ao fundo
e se percebe
porque se vive
Porque ser português não é gostar de fado
é amar uma nação que pode morrer por amor ao povo

E eu abandonei Portugal...
Qual cobarde que abandona o navio antes de tempo

Se fôr preciso nada-se de volta à tona

Ainda não
porque só agora sei o que é que sou
até hoje não falei disso nas minhas imagens
nos objectos que ofereço ao sonho
Mas o que é uma coisa para explicar isto?
O que é um quadro?
Uma foleirada... é o que é
porque portugal é para ser vivido
Não é para ser oferecido
Esse é o problema
E o problema que me faz acordar para isto
é o mesmo que me faz feliz

1 comment:

Anonymous said...

escreve e volta a escrever, faz bem à alma.
um abraço
rob