Não consigo controlar uma vontade imensa de gritar o meu passado
Primeiro sempre os meus pais que ainda cuidam de mim ao longe
Uma irmã que eu disse à minha mãe para pedir ao pai para a barriga dela
E também estão lá os meus avós a dar-me memórias que fazem de mim o que sou
Vêem as ideias engendradas por uma mente muito pouco voltada para fora
Descobrem-se casas Solteiras de Chão de Couce em Sivozelo
Relembram-se os momentos dificeis e até a maneira de chorar de pequenino
Vai-se em viagem por essa Europa fora até ao leste
Fica-se com a sensação de se estar a perder o fime todo que acontece
Depois faz-se um filme da nossa vida e vamos à procura do sonho na terra da chuva
Brincamos com guardachuvas mas sabemos que eles só estão lá para me fazer cantar
Perdemos amigos Alvos das Garças que comem tudo com lodo
Ficam as forças de uma escola mole, um hospital podre e aridez d’engenharia que perdi
Hoje sou tinta, lente, objecto, pixel e letra.
Hoje sou cada pessoa que eu deixei de amar
Sou um pedacinho de esperança que fica a flutuar
Nesse tejo que já não vejo sem ser dentro de mim.
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