5.02.2006

O basbaque

Sempre especado
De olhar absorto no infinito
De lábio inferior caído
o basbabque simplesmente baba-se

Sentado, “gordo” e estupidificado
O dito embasbacado só vê televisão
Joga computador e foge do mundo
Como se estivesse aqui só para receber

Este emplastro social fuma e bebe
Arranja umas porcarias para se pedrar
Adora sentir-se dormente e doente
Apenas o suficiente para chamar a atenção

Para onde vais basbaque?
Não vais a lado nenhum.
A tua energia esgotou-se ...
Nasceste cansado.

Morreste antes de teres nascido
E vives uma vida estúpida
Sem risco nem angústia
E aguentas-te com as tuas ilusões
Da forma mais natural.

Negas qualquer interesse original
nem nas perguntas nem nas respostas
Não queres saber nada
A palavra actividade repugna-te
És um fruto podre caido no chão
Que nem a chuva pode lavar

Como uma nódoa impossivel de tirar
Contaminas o mundo com a tua atitude
És passivo na arte e no amor
Corrompes sempre um lado obscuro dos que te rodeiam
Com a ilusão de que sabes alguma coisa
E a sensação de que tens alguma coisa para dar
Enganas-te basbaque.

Tu és a ausência de desafios e de força
É o medo de sentir, o medo de olhar o horizonte
O medo de criar em particular e de tudo em geral

Negas-te.
Comes-te.
Violas-te intelectualmente.
És um masturbador doentio.
Tens pena de ti próprio.
Nunca irás à procura do que vale a pena.
A pena não é um objecto.
É uma penitência.
Mais uma palavra que desconheces:
Sacrifício.
Sai dessa basbaque.
Não precisas de continuar a ser sempre a mesma trampa.
Rasga.
Acredita.
Arde intensamente com sentimentos puros.
Conquista o mundo todo com persistência.
Sonha acordado com sentido de estratégia.
Nada de megalomanias como é teu hábito.
Pensa no primeiro passo e no segundo antes do último.
Pensa no que fica depois de partires.
Sente sem restrições e combina as dúvidas com confiança.
Relembra-te do que eras quando ainda tinhas alma.

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